A Emitu está a desenvolver um projeto que permite a monotorização contínua dos sinais vitais, para que se consiga perceber uma disrupção ligeira dos mesmos, e que possa ter sido provocada por uma infeção como a da COVID-19.
Muitos foram o engenheiros e engenheiras que durante o último ano trabalharam incansavelmente para encontrar soluções para combater a pandemia.
De viseiras, a ventiladores, passando por máscaras, aplicações móveis, entre muitas outras soluções, há por todo mundo milhares de projetos que elevam ao mais alto nível a Engenharia que combate a Covid-19.
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Emitu, uma startup que desenvolve soluções Internet of Things (Internet das Coisas) em diferentes sectores tais como indústria, logística e serviços, sentiu o impulso para encontrar soluções para mitigar os efeitos da pandeia. “Na Emitu, procuramos, imediatamente, perceber como poderíamos ajudar.” Refere-nos Nuno Gonçalves, engenheiro eletrotécnico e CEO da Emitu.
"Criámos uma solução de monitorização da temperatura corporal. Posteriormente, e para juntar esforços com a comunidade científica, convidámos o Instituto Superior Técnico e a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa"
Partindo do princípio de que a febre era um dos principais sintomas da Covid-19, a empresa procurou explorar de que forma poderiam monitorizar este sintoma. “Criámos uma solução de monitorização da temperatura corporal, a partir de um projeto que já tínhamos desenvolvido. Posteriormente, e para juntar esforços com a comunidade científica, convidámos o Instituto Superior Técnico e a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa para o desenvolvimento de uma solução mais abrangente. Obtivemos financiamento do Compete 2020 para um projeto de I&D, que ainda se encontra a decorrer.” Explica-nos Nuno Gonçalves.
A este projeto chamaram ReATec, que sucintamente é uma solução de monitorização remota de sinais vitais, que tem como objetivo detetar precocemente infeções como a Covid-19.
O CEO da Emitu explica-nos que “este sistema funciona através de sensores wearables - utilizados por pessoas, antenas ou telemóveis - que vão captar os sinais dos sensores, enviando essas informações para a cloud, onde são processadas por algoritmos de Inteligência Artificial.”
Para já o ReATEC foi testado no Centro Zulmira Pereira Simões, em Barcelos, mas estão programados novos testes piloto em outros lugares homólogos. “Estamos focados em apoiar os idosos, que são um dos grupos mais vulneráveis. Iniciámos um piloto no final do ano passado, mas temos previsto fazer mais pilotos em mais estruturas residenciais para idosos nas próximas semanas.”
Sobre a Emitu e a Engenharia
Nuno Gonçalves explica-nos que a Emitu é uma “plataforma bastante flexível e permite aplicações desde a monitorização contínua de ativos (eg: edifícios, equipamentos) até ao rastreamento de inventário ou equipamento. Nesta última, combinamos a monitorização permanente de parâmetros (eg: temperatura) com a localização indoor e outdoor, providenciando a visualização em tempo-real dos processos logísticos, de forma completamente automática e holística.”
E se há Engenharia em tudo o que há, também aqui ela não poderia faltar, ou não estivesse no ADN do seu CEO.
“As nossas soluções têm uma componente de Engenharia muito forte. Desde logo, a Engenharia de Software. Não se consegue produzir uma solução complexa como esta sem a capacidade técnica que este ramo da Engenharia proporciona.” Mas não deixa de destacar que as bases da Engenharia, assumem um papel preponderante em todo o desenvolvimento desta startup: “não posso deixar de destacar os conceitos basilares que a Engenharia nos ensina: estruturar problemas complexos em passos mensuráveis ou a conexão multidisciplinar integrando o conhecimento de diferentes ramos".