O ciclo de conferências "Há Engenharia fora da Caixa" trouxe até à OERN, durante os meses de confinamento, em formato online, mais de uma dezena de convidados fora da área da Engenharia. O resultado foi mais de 2 mil participantes, muitas perguntas, muitas respostas e a certeza de que os engenheiros terão de fazer parte da solução para superar as mudanças que o futuro pós pandemia nos reserva.
Da cultura ao cinema, passando pelo turismo, saúde, desporto, economia e tecnologia forma muitos os temas abordados no ciclo de conferências “Há Engenharia fora da caixa” de decorreu entre maio e julho. Os 14 os convidados trouxeram-nos diferentes ângulos do momento que vivemos, perspetivaram o futuro e realçaram a importância do Engenharia na sociedade.

A primeira conferência arrancou com
Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, que no mostrou a sua visão sobre o futuro da cultura da cidade, sobre turismo, transportes, energia, entre outros temas lembrando que
“serão precisos muitos engenheiros para nos ajudar a retomar o trilho”.
Na grande área do Turismo a OERN convidou
Mário Ferreira, presidente da DouroAzul e da Mystic Invest e
Carlos Costa, professor catedrático de turismo na Universidade de Aveiro.
Mário Ferreira falou-nos do negócio dos cruzeiros, de toda a Engenharia envolvida na construção das embarcações que recebem milhares de passageiros todos os anos. Mário Ferreira partilhou também as perspectivas para os cruzeiros em contexto pós covid-19 lembrando no entanto que
“o nosso negócio depende muito da Engenharia”. Já
Carlos Costa partilhou a análise daquilo que se espera da evolução do turismo nos próximos tempos, na certeza de que a (re) Engenharia do Turismo é um dos grandes desafios que teremos de encarar, não esquecendo que
“o selo Clean & Safe é uma condição necessária para se voltar ao mercado”.
“Serão precisos muitos engenheiros para nos ajudar a retomar o trilho”.
Rui Moreira
A saúde foi também um dos temas abordados e para para nos falar sobre este tema, a OERN convidou o médico
Carlos Vasconcelos que traçou de uma forma muito clara o perfil da Covid-19 e qual o seu comportamento, passando em revista toda a desinformação que houve durante o tempo o estado de emergência sobre o uso ou não uso de máscaras, das vacinas e muitos outros detalhes, deixando um alerta que
“a Engenharia hospitalar é crucial” no combate a esta e outras doenças. Também na área da saúde a OERN convidou o fisiologista
José Soares que nos levou por uma "viagem" de autoconhecimento da nossa performance notando que no contexto atual “
se há área do conhecimento em que vai ser decisiva nesta fase, claro que a medicina obviamente, mas logo depois a Engenharia”

Os jornalistas
Mário Augusto e
Carlos Magno trouxeram a visão da comunicação até à discussão fora da caixa. “
Quando se trata de fake news, eu gosto de discutir o tema com engenheiros e com filósofos, porque acho que as fake news são um assunto demasiado sério, para ser entregue, exclusivamente, aos jornalistas” referiu
Carlos Magno. Já
Mário Augusto, levou-nos por uma incrível viagem pelo cinema e lembrou que
“a Engenharia é a essência do cinema”.
"A Engenharia é a essência do cinema”.
Mário Augusto
Num âmbito mias histórico e cultural, a OERN convidou o historiador
Joel Cleto e
Fátima Vieira, vice-reitora da Universidade do Porto. Se por um lado Joel Cleto conduziu-nos pela história das pandemias afirmando que
“os engenheiros tiveram um papel importantíssimo ao longo da história no combate às pestes e pandemias”, já Fátima Vieira guiou a Engenharia pelo pensamento utópico afirmando que
“os engenheiros são os utópicos ideais”.

Os economistas
António Nogueira Leite, Mira Amaral e
Daniel Bessa traçaram o cenário económico nacional e o que se pode esperar do futuro. Todos eles consideram que é preciso retomar a Economia mas com cuidado “
gastar dinheiro por gastar dinheiro, gera rendimentos para alguns, mas não faz retomar a economia” notou
Nogueira Leite. Já o economista
Daniel Bessa realçou a importância dos apoios europeus, “
se Portugal estivesse fora desse circuito (Europeu), seria uma catástrofe”. Para além disso todos consideram que a hipótese de uma segunda vaga é muito preocupante,
Mira Amaral referiu que isso seria mesmo
“uma segunda vaga era o fim da macacada”.
“Uma segunda vaga de Covid-19 era o fim da macacada”.
Daniel Bessa
A fechar este ciclo os disruptivos
André Fonseca Ferreira que desafious os engenheiros a saírem da sua zona de conforto relembrando que “
os engenheiros são sempre os que geram as melhores ideias” e
António Baía Reis que mostrou como é possível estimular a criatividade latente em cada um, não esquecendo que “
as ligações improváveis são o que está na base daquilo que é o ser criativo”.
Todas as conferências tiveram como anfitriões Joaquim Poça Martins, presidente da Ordem dos Engenheiros – Região Norte, e membros do conselho directivo da OERN a saber: J
oaquim Borges Gouveia, Tito Conrado, Raul Vidal e Pedro Vieira e Moreira.
No encerramento deste ciclo, Poças Martins recordou que estas conferências “
permitiram, a todos os que assistiram, ter a oportunidade de conhecer várias perspetivas do momento que atravessamos e o papel que os engenheiros irão desempenhar nos tempos futuros”.
Também os participantes referiram a excelência e pertinência quer dos temas abordados bem como das personalidades convidadas, sendo o
índice de satisfação total de 94%. De referir, também, que
41% dos participantes estiveram presentes em mais que uma conferência, revelando mais uma vez relevância desta iniciativa da OERN.
Há Engenharia fora da caixa. Há Engenharia em tudo o que há.
Reveja todas as conferências no canal de YouTube da OERN.
Texto: Sofia Vieira, com Catarina Soutinho | Design Gráfico, Melissa Costa