Em 2020 houve uma redução nas emissões de carbono dos combustíveis fósseis, devido à pandemia Covid-19, no entanto, igualou 2016 em termos do ano mais quente de que há registo.
As mudanças climáticas já são parte da realidade do planeta. Durante 2020 vimos imagens surpreendentes do
impacto que os períodos de isolamento social e a consequente desaceleração económica tiveram um pouco por todo o mundo, mas não foi suficiente. Em 2020 foram acrescentados cerca de 40 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono à atmosfera, para além dos mil milhões de toneladas que libertámos desde o século XIX. Com esta pressão sustentada, as temperaturas médias globais vão continuar a subir.
A sinergia entre as soluções de Engenharia e a natureza pode contribuir para a desaceleração deste problema. Por exemplo as fontes de energia renovável são essenciais para a redução do uso de combustíveis fósseis, principais responsáveis pelas emissões globais de CO2.
1,25°C| Graus que a terra aqueceu
Foi este o aumento médio da temperatura da Terra em 2020, em comparação com o final do século XIX, de acordo com uma
análise europeia abrangente.
Em 2015, quase todas as nações do mundo assinaram o Acordo de Paris, comprometendo-se a manter o aquecimento planetário “muito abaixo” dos 2°C relativamente aos níveis pré-industriais, tendo como objetivo permanecer abaixo dos 1,5°C. Ao ritmo atual – com cerca de 0,2°C por década – a Terra está a caminho de exceder ambas as metas de forma consistente dentro de algumas décadas.
945 Mil Milhões de Toneladas| Para ficarmos abaixo dos 2°C
É a quantidade de dióxido de carbono restante no “orçamento de carbono” que daria à Terra uma
probabilidade de 66% de aquecimento abaixo dos 2°C relativamente aos níveis pré-industriais. No ano passado, mesmo com o efeito dos confinamentos devido à COVID-19, o mundo emitiu 34 mil milhões de toneladas de CO2 de combustíveis fósseis, pouco abaixo dos 36 mil milhões de 2019. Com mais 6 mil milhões de toneladas ou mais devido ao uso de terras (desflorestação, por exemplo) eleva o total para cerca de 40 mil milhões de toneladas. A este ritmo, esgotaremos todo o orçamento restante em menos de 25 anos.
Os Estados Unidos, por exemplo, são
responsáveis por 25% de todo o dióxido de carbono emitido desde 1751. Não existe um consenso internacional sobre a quantidade de orçamento global que cada país pode gastar, mas os especialistas enfatizam que os países desenvolvidos precisam de atingir as emissões-zero o mais depressa possível. O
plano climático de Biden visa colocar os EUA no caminho certo para atingir essa meta antes de 2050.
2035| Ano em que o gelo marinho do Ártico pode desaparecer
O gelo marinho do Ártico está a diminuir há décadas. Num futuro não muito distante, o oceano Ártico pode ficar
sem gelo no verão pela primeira vez em
2 milhões de anos ou mais – um potencial “ponto de inflexão” nesta região que pode remodelar todo o planeta.
O Ártico tem aquecido mais depressa do que qualquer outro lugar do planeta – cerca de
3°C desde 1900 – e este ritmo acelerou nas últimas décadas para
quatro vezes a média global. O ano de 2020 encaixa-se perfeitamente nesta tendência dramática de aquecimento. No verão passado, o gelo marinho do Ártico caiu para o segundo menor número de sempre.
28%| Eletricidade que o mundo obtém de energias renováveis
Os analistas da
Agência Internacional de Energia (IEA) estimam que as
energias renováveis irão em breve ultrapassar o carvão e o gás natural enquanto fontes de eletricidade, tornando-se na
maior fonte de energia global em 2025. Ao contrário das previsões feitas no período inicial da pandemia da COVID-19, a instalação de projetos de energias renováveis, sobretudo solares e eólicas, disparou em 2020.
Mas será que as energias renováveis vão chegar a tempo? Para cumprir as metas de emissões líquidas zero, a eletricidade renovável terá de ultrapassar quase completamente o carvão e o gás até meados deste século – e também a gasolina, quando mudarmos todos para veículos elétricos. Muitos países estão a aumentar dramaticamente as suas capacidades de energia renovável. Os EUA também precisam de fazer o mesmo: em 2019, geravam apenas
17.6% da sua eletricidade a partir de fontes renováveis, menos do que a média global que ronda os 28%.
Fonte: National Geographic