“As preocupações ambientais estarão no coração do desenho do pacote de investimento”, foi esta uma das conclusões feitas por Pimenta Machado, vice-presidente da APA na conferência organizada pelo Colégio de Engenharia do Ambiente – Norte para assinalar o Dia Mundial do Ambiente, no passado dia 5 de junho.
Coube a Joaquim Poças Martins, presidente da Ordem dos Engenheiros – Região Norte (OERN) iniciar a conferência e recordou que “as crises são também oportunidades e Portugal irá receber mais fundos monetários do que alguma vez recebeu, logo isto é uma janela de oportunidades (…) para que sejam atingidos alguns dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODSs) que estão neste momento a nortear a política da generalidade dos países do mundo e em particular em Portugal”.
Maria João Teles Brochado, Coordenadora do Colégio de Engenharia do Ambiente – Norte, moderou a sessão e afirmou que “este é o momento para atuarmos, e vai ser necessário reinventar vários sectores e levantar a economia. Há oportunidades no pós covid-19 para a Engenharia e o Ambiente sobretudo no que diz respeito ao processo de aceleração da descarbonização”.
Durante a conferência foram abordados vários temas por Pimenta Machado, como a neutralidade carbónica, a água, os resíduos, a energia.

O que Pimenta Machado disse...
Incentivos para impulsionar uma economia neutra em carbono
É verdade que vamos ouvindo que haverá um apoio financeiro de grande dimensão, ímpar, que ajudará a relançar a economia. Quero acreditar que as preocupações ambientais estarão no coração do desenho deste pacote de investimento. Há vários desafios que temos todos pela frente, desde logo a mobilidade e o objetivo do país de em 2050 sermos um país neutro em carbono e isso implica a mobilidade elétrica, os transportes, energia (tração energética).Em Portugal 55% da energia elétrica provém de energias renováveis e em 2030 esse valor será de 85%, portanto temos aqui um grande desafio pela frente, quer do ponto da energia, que do ponto de vista da mobilidade. No entanto, a pandemia lançou-nos novos desafios, como os novos resíduos e, esperamos que as novas tecnologias nos ajudem e também que os engenheiros do Ambiente estejam à altura, inovando e encontrado novas tecnologias para encontrar uma resposta."Quero acreditar que as preocupações ambientais
estarão no coração do desenho deste pacote de investimento"
"A pandemia lançou-nos vários novos desafios (...)
e esperamos que os engenheiros do Ambiente estejam à altura"
Economia circular em Portugal
Quando falamos de economia circular há uma palavra fundamental “Colaboração”. Colaboração de todos nós, da ciência, da tecnologia. Numa empresa um material pode ser um resíduo e na empresa ao lado ser uma matéria prima, e, esta interação é fundamental e esta transformação digital poderá ter um papel fundamental. A indústria tem muitas velocidades, alguns setores da indústria estão mais à frente enquanto outros estão mais atrasados, mas no que diz respeito aos incentivos monetários para a aceleração da economia circular, terá muito a ver com a reciclagem, reutilização.Por exemplo em Portugal há alguns anos não se reutilizava as águas residuais, este ano a APA definiu um valor de reutilização de 20% até 2030, um valor ambicioso."Quando falamos de economia circular há uma palavra fundamental: colaboração"