Ciclo de entrevistas a engenheiros Civis que durante o estado de emergência continuaram no ativo a construir o futuro. Um exclusivo da Plataforma da Notícias da Ordem dos Engenheiros - Região Norte (HaEngenharia.pt).
As atuais restrições devido à Covid-19 tiveram impacto na sua atividade profissional? A que nível? Sim, era expectável que tal sucedesse, pois, este vírus continua muito desconhecido para o cidadão comum. No início foi o “pânico” generalizado com as medidas que seriam adotadas pela DGS/OMS e com o modo como era transmissível esta doença, pois a dada altura a percentagem de fake news era quase idêntica às notícias reais. O desconhecimento das medidas governativas em termos de estado de emergência, levou a um “abandono” em massa logo no dia da declaração da 1ª Fase, pois todos julgaram que haveria uma quarentena geral. No entanto nas semanas posteriores os níveis de foram sendo recuperados. Neste momento estamos quase com os mesmos níveis anterior ao COVID-19. Outro dos impactos verificados foi no fornecimento de equipamentos/materiais que se encontram suspensos, falo principalmente daqueles provenientes de Itália, França e Alemanha. Tal facto demonstra a enorme dependência que o nosso sector está sujeito.PERFIL
Nome: Duarte Almas Idade: 38 Empresa: The Fladgate Partnership Função: Diretor de Fiscalização e Representante do Dono de Obra Obra atual: World Of Wine – Vila Nova de Gaia

- Reuniões por videoconferência (ainda antes da declaração)
- Divulgação e afixação dos panfletos disponibilizados na DGS por todo o estaleiro, com cumprimento das diretrizes em vigor;
- Disponibilização de termómetro nas portarias (pelo empreiteiro geral);
- Distribuição de máscaras e luvas aos colaboradores (pelos empreiteiros/fornecedores)
- Disponibilizada uma clínica (pelo empreiteiro geral e para os seus colaboradores) para casos que necessitassem de isolamento e também médico 3 vezes por semana
- Zonas de refeitório com horários/turnos alargados e criação de novos espaços (disponibilizado serviço de take-away)
Terminada esta fase, como irá adaptar-se para retomar o seu trabalho em pleno? Durante esta pandemia, o desempenho das minhas funções foi afetado essencialmente no que a reuniões presenciais diz respeito, pois, as decisões in loco continuam a ser necessárias e como tal têm de ser tomadas, com as devidas precauções e distanciamento (não é possível a execução de empreitadas por teletrabalho a 100%). Se considerarmos a retoma em pleno, comparada com o passado, entendo que a mesma não irá acontecer. Tendo em conta a aprendizagem recente, retomarei com o devido distanciamento e no essencial seguir com métodos testados durante esta fase e que se tornaram efetivamente mais produtivos. Na sua opinião, que efeitos terá este período na atividade do Engenheiro Civil? Mantendo-se a falta de investimento que já se começa a verificar, mantendo-se as limitações no turismo existentes, a atividade do engenheiro Civil será, infelizmente, bastante afetada, na minha opinião para níveis da anterior crise. Aqueles que entendo que serão mais afetados serão os colegas que desempenham as suas funções em empresas muito focadas na construção de novos empreendimentos e/ou reabilitação de edifícios e por conseguinte os colegas que desempenham as suas funções em gabinetes de projeto.
