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Entrevista Temática: tratamento e abastecimento de água, com Carlos Silva

17 de março de 2021 | Geral

 

Carlos Silva, Presidente do Conselho de Administração da Águas do Interior Norte, é o convidado das Entrevistas Temáticas organizadas pela Delegação Distrital de Vila Real.

 

 

De que forma os municípios e as empresas concessionárias de tratamento e abastecimento de água da região estão a reagir à pandemia Covid-19. Esta é a premissa basilar para o ciclo especial de entrevistas temáticas que a Delegação Distrital de Vila Real em parceria com o seu dinamizador temático na área de Engenharia Sanitária, Hugo Afonso, está a promover e que serão partilhadas periodicamente pela Ordem dos Engenheiros - Região Norte (OERN).

 

De que forma o sector da água tem procurado dar resposta ao atual cenário pandémico, em cumprimento da sua Missão? Tem conseguido conciliar com as novas orientações legais que regulamentam os diversos estados de emergência e no imperativo de combater a propagação do surto da doença COVID-19 junto das populações?

 

A segunda entrevista temática é a Carlos Silva, Presidente do Conselho de Administração da Águas do Interior Norte.

 

 

Como tem sido gerir os sistemas de abastecimento de água e de águas residuais, com a redução da presença física de muitos colaboradores, quer em isolamento quer à distância, em teletrabalho, garantindo a qualidade e regularidade do serviço?

A AdIN iniciou funções a 01.01.2020, com uma estrutura nova, novos procedimentos e um enorme desafio de dotar os serviços de abastecimento de água e saneamento de águas residuais de eficiência e da sustentabilidade necessária à sua continuidade a longo prazo. O surgimento dos constrangimentos resultantes da Covid-19, num contexto de implementação e instalação de equipas foi particularmente penoso. Estes serviços exigem a presença constante de equipas operacionais no terreno, pelo que as limitações à sua utilização obrigaram a um ajuste na estratégia definida e uma nova priorização em benefício da continuidade da prestação do serviço e da qualidade da água fornecida.

 

Em face desta situação, os objetivos mais relacionados com a eficiência da prestação de serviço, com a implementação do plano de investimentos sofreram algum atraso que procuraremos mitigar a curto prazo. Um dos investimentos previstos para o setor do abastecimento está precisamente relacionado com a monitorização em tempo real dos caudais à saída dos reservatórios, sem a necessidade de deslocação ao local, situação que nos possibilitará um melhor controlo dos sistemas e uma maior resiliência em situações similares.

 

 

Como se conseguem operacionalizar as atividades maioritariamente de terreno/campo? Por exemplo, a reparação de avarias no serviço?

A AdIN manteve-se sempre operacional, apesar dos constrangimentos decorrentes da impossibilidade de utilizar em simultâneo a totalidade dos seus operacionais. Assim, foi necessário estabelecer prioridades e acorrer às situações mais prementes, salvaguardando sempre a garantia da continuidade da prestação do serviço aos nossos utilizadores.

 

 

Qual tem sido a evolução dos consumos, roturas e perdas de água na fase de confinamento?

O atraso na implementação dos investimentos e a limitação da utilização das equipas operacionais condicionaram o combate às perdas de água, principal fator da ineficiência dos sistemas de abastecimento. Assim, em especial durante o período de confinamento registou-se um acréscimo do número de roturas e um maior hiato de tempo entre a sua ocorrência e a respetiva reparação. A redução da atividade comercial/industrial consubstanciou-se numa redução dos consumos por parte destes utilizadores, compensada em parte pelos consumos domésticos.

 

 

Há investimentos em infraestruturas, equipamentos ou I&D que ficaram suspensos?

Os sistemas de abastecimento de água e águas residuais geridos pela AdIN estão carentes de investimento e de modernização. A priorização da atividade da empresa para as questões da garantia da prestação de serviço, bem como as restrições impostas ao normal desenvolvimento da atividade económica condicionaram a implementação do plano de investimentos.

 

 

Como assegurar a sustentabilidade das Entidades Gestoras em tempo de crise económica motivada pela crise pandémica? 

Existe um compromisso muito forte dos acionistas e do Conselho de Administração em assegurar a prestação do serviço com um custo mínimo para o utilizador final. Nesse sentido, a sustentabilidade económica vira sobretudo da capacidade da empresa para reduzir gastos. Trata-se de uma tarefa de elevada complexidade e dificuldade, à qual a pandemia veio acrescentar os constrangimentos já referidos. Contudo, embora cientes das dificuldades, estamos convictos e determinados em assegurar a sustentabilidade da empresa, garantir a continuidade e qualidade do serviço prestado em prol dos utilizadores dos nossos serviços.

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