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Acha-se que de Ambiente toda a gente percebe

28 de janeiro de 2017 | Engenharia do Ambiente

“Alguém com uma formação que não se sabe muito bem o que pode fazer entra num organismo público e vai para a área de Ambiente”, acusa o coordenador do Colégio de Engenharia do Ambiente, Carlos Afonso. Numa sessão promovida pela Delegação de Braga da Ordem dos Engenheiros Região Norte, o responsável discutiu o exercício da profissão com engenheiros desta e de outras áreas, iniciando uma série de sessões que pretendem dar a palavra aos diversos Colégios.

Com o desafio de dar a conhecer a dinâmica interna da OERN, assim como os domínios nos quais a Engenharia do Ambiente tem capacidade de intervenção, Carlos Afonso focou-se nas dificuldades e oportunidades que caracterizam o exercício de uma profissão “muitas vezes confundida com ambientalismo”.

Para o coordenador, uma das principais dificuldades prende-se com a heterogeneidade de intervenientes, uma preocupação testemunhada pelo público que marcou presença na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, no passado dia 28 de janeiro, em Braga. “Acha-se que de Ambiente toda a gente percebe”, lamentou Carlos Afonso, alertando para a existência de “estudos de impacto ambiental feitos por não Engenheiros do Ambiente” e para a falta de consequências em caso de erro.

“Ainda estamos à espera que aconteça um desastre ecológico a sério para que venham a ser solicitadas responsabilidades aos técnicos. Tivemos uma primeira amostra por causa do problema da legionela, onde se começou a falar da falta de regulação”, diz o engenheiro.

Para Carlos Afonso, o debate sobre a regulamentação, a fiscalização e a responsabilização é imprescindível: “ Se um colega fora da Ordem assina um projeto, essa assinatura é o quê? Quem é que, amanhã, vai exercer um ato disciplinar sobre esse colega se ele não responde perante nenhuma associação profissional?”. “Nós estamos na Ordem porque queremos que haja responsabilidade e queremos ser responsáveis e responsabilizados”, garantiu.


A Engenharia do Ambiente como profissão de confiança pública

Apesar desta lacuna, o coordenador reforçou a ideia crescente de que a Engenharia do Ambiente é, e tem que ser, uma profissão de confiança pública. “Muitos dos nossos colegas são chamados agora pelas grandes organizações porque já conseguimos alertar para a responsabilidade social da saúde ambiental e segurança e saúde no trabalho”, a que se juntam outros exemplos como a obrigatoriedade dos municípios terem um plano de adaptação às alterações climáticas, ou o fornecimento de água de qualidade a milhões de pessoas.

“Ninguém pode duvidar, por um momento que seja, se a nossa água tem qualidade. No momento em que isso aconteça entramos num desespero social”, acredita Carlos Afonso, deixando, novamente, a questão: “Então e quem garante a confiança pública nos colegas que exercem sem estarem numa associação profissional?”, e sublinhando a importância dos atos regulados alcançados pelo Colégio em 13 domínio de atuação.

Uma vez por mês, a Delegação de Braga da Ordem dos Engenheiros Região Norte promove uma sessão dedicada a cada Colégio. Em fevereiro, será a vez de discutir a Engenharia Eletrotécnica.

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